Maior stablecoin do mercado fará aportes mensais em Bitcoin, entenda a estratégia da Tether

Logo após apontar um lucro de US$ 1,48 bilhão (R$ 7,3 bilhões) no primeiro trimestre de 2023, a Tether (USDT) revelou que passará a utilizar parte de seus lucros para realizar aportes mensais em Bitcoin (BTC).

Em seu relatório trimestral, a Tether revelou já possuir US$ 1,5 bilhão em Bitcoin, usado como lastro de sua moeda. Em conversão direta, no momento desta redação, o montante é equivalente a 56.000 BTC.

A empresa também declarou um grande investimento em metais preciosos (US$ 3,39 bilhões). No entanto, a maioria dos US$ 81 bilhões está em títulos do Tesouro americano (US$ 53 bilhões).

Ativos da Tether, maior stablecoin do mercado, publicados na segunda-feira (15). Fonte: Tether/Reprodução.
Ativos da Tether, maior stablecoin do mercado, publicados na segunda-feira (15). Fonte: Tether/Reprodução.

Quanto ao lucro de US$ 1,5 bi no primeiro trimestre, a Tether afirmou que foram maiores que os da BlackRock, Netflix, Starbucks e PayPal. Até mesmo Changpeng Zhao, CEO da Binance, mostrou-se surpreso com os números.

“Isso supera as corretoras e pode ser o maior negócio no [setor de] criptomoedas no momento. (não tenho certeza, não verifiquei os números).”

Tether irá investir parte do lucro em Bitcoin

Já em anúncio publicado nesta quarta-feira (17), a Tether revelou que passará a investir 15% de seus lucros em Bitcoin. Ou seja, caso consiga manter o lucro de US$ 1,48 bilhão para este trimestre, a empresa investirá US$ 74 milhões por mês em BTC, US$ 222 milhões no trimestre.

“A partir deste mês, a Tether alocará regularmente até 15% de seus lucros operacionais líquidos realizados para a compra de Bitcoin. Esses Bitcoins devem ser considerados no topo dos ativos de reservas mínimas que 100% dão lastro aos tokens Tether.”

Em nota, Paolo Ardoino afirmou que o USDT possui um extra de US$ 2,5 bilhões em suas reservas. Ou seja, a flutuação de câmbio do Bitcoin não coloca a paridade da stablecoin em risco. Na sequência, o CTO da Tether também explicou a estratégia de aportes mensais em Bitcoin.

“O Bitcoin é o epítome de um sistema monetário sólido e seguro com sua natureza descentralizada e escassez, o Bitcoin está revolucionando o conceito de dinheiro e desafiando as finanças tradicionais”, esclareceu Ardoino. “O Bitcoin desafiou as expectativas, quebrou fronteiras e fornece acesso ao sistema financeiro global para qualquer pessoa com conexão à internet.”

CTO da Tether explica diferença entre Tether (USDT) e TerraUSD (UST)

A compra de Bitcoin por stablecoins pode despertar traumas entre investidores. Em 2021, a Luna Foundation Guard (LFG) comprou mais de 80.000 bitcoins para lastrear a sua stablecoin, a TerraUSD (UST), ligada a Terra (LUNA).

No entanto, uma forte pressão do mercado obrigou a LFG a vender todos estes bitcoins para defender a UST. Além de não ter conseguido salvar sua stablecoin, a venda também criou um grande efeito dominó na indústria, quebrando várias gigantes com exposição à LUNA e a UST.

Dado isso, Paolo Ardoino, CTO da Tether, fez questão de afirmar que a abordagem da USDT é completamente diferente daquela empregada pela UST.

“A estratégia de aquisição de Bitcoin é realizada usando apenas até 15% dos lucros operacionais líquidos realizados que estão acumulando nas reservas em excesso da empresa”, comentou o CTO da Tether. “As reservas em excesso são o patrimônio líquido da própria empresa, além do lastro de 100% que a Tether mantém para apoiar totalmente seus produtos de stablecoin.”

“Essa abordagem é 100% diferente da Luna Foundation, onde uma grande parte da própria garantia (lastro) da Terra/Luna era mantida em Bitcoin.”

Tether faz sucesso entre brasileiros

Tanto por ser uma forma simples de dolarizar o patrimônio quanto para ser usada em pares de negociações contra outras criptomoedas, a Tether também revelou que possui uma grande base de clientes no Brasil.

“Segundo a Receita Federal no Brasil, a Tether (USDT) dominou as negociações com R$ 37,1 bilhões (US$ 7,42 bilhões) — 81% do total de R$ 45,8 bilhões (US$ 9,16 bilhões) negociado em Criptomoedas e Stablecoins de janeiro a março de 2023.”

Por fim, apesar de ser amplamente criticada pela indústria pela falta de transparência há anos, a Tether conseguiu sobreviver ao recente inverno das criptomoedas. Além de sua nova estratégia, o USDT também está ganhando tração conforme suas duas maiores rivais, USDC e BUSDC, passam por crises.



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